quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O ASSALTO


Numa bela tarde, seu Manoel resolveu dar um passeio pela praça que havia perto do seu apartamento. Era uma praça simples, quieta, um pouco bonita e silenciosa.
Ele estava andando tão devagar e pensativo, que nem percebeu alguém que vinha andando atrás dele. Era um homem estranho, estava sem camisa, sua pele era negra. Seu Manoel continuava andando e o rapaz ainda continuava atrás de seu Manoel.
Depois de alguns minutos, o rapaz foi levando sua mão para o bolso de seu Manoel. Quando, de repente, pegou o dinheiro do bolso de seu Manoel, saiu correndo e dando risada, charlando com a cara daquele pobre velho. Seu Manoel ficou desesperado e ia telefonando para a policia, mas lembrou-se que só tinha dois reais.
Realmente, seu Manoel tinha razão, não valeria a pena ele criar um tumulto por causa de pouco dinheiro que tinha sido roubado.
(Denise Araújo Cunha, 22/07/96)

A REALIDADE BRASILEIRA


Tudo estava calmo, era um dia pouco ensolarado, não havia ninguém na rua, exceto um velho que passava devagar sobre a faixa de segurança.
Instantes depois, ele já não estava mais sozinho. Atrás dele, caminhava, quase imperceptível, um garoto moreno, de aparência humilde, cabelos encaracolados e de intenção suspeita.
A cada segundo que se passava, o garoto se aproximava mais e mais fazendo com que o clima, antes calmo e amigável, se tornasse pesado e assustador.
Foi inevitável. Um simples toque, em questão de milésimos de segundos, fez com que o astuto garoto se tornasse a maldade e a necessidade causada pelo subdesenvolvimento brasileiro, estampada em um sorriso quase cruel de vitória.
E assim, o inofensivo, cansado e frágil velhinho só percebeu que ficava sem sua aposentadoria quando não havia mais jeito. Mesmo assim, em uma atitude desesperada, tentou reagir, mas foi totalmente em vão, o garoto já estava longe. Convenhamos, o que poderia fazer um velho contra um garoto?
(Adriana Silva Barbosa, 8ª C, 22/07/96)

AMOR IMPOSSÍVEL


Naquela tarde, como sempre, esperava, sentada, olhando para a paisagem.
Imaginava-me ridícula com aquele lacinho vermelho no cabelo, com os olhos verdes. Quando ele chegou, meu coração pulava de alegria por tê-lo perto de mim.
Passamos a tarde juntos, fomos até a lanchonete, comemos um hambúrguer e fomos passear. Quando chegou a noite, jantamos juntos uma deliciosa sopa. Ele levou-me para casa. Quando ele estava na porta para me dar um beijo, eu virei para ele e disse:
- Não dá mais certo a gente namorar.
Ele perguntou:
- Por quê?
- Sabe por quê? Você é um cachorro e eu sou uma gata.
(Juliana Novaes de Souza, 8ª C, 08/07/96)

UM HOMEM ESTRANHO


Era uma noite fria de inverno, chovia e as ruas estavam desertas. De repente, de uma das casas sai um homem estranho. Estava com agasalhos grossos e usava um chapéu que cobria o rosto. Andava apressadamente pela calçada, chegou em uma casa, bateu e abriu a porta, procurando não fazer barulho. Encontrou dois homens sentados: um, era velho e mal-humorado; o outro, era jovem, forte e mal-encarado. Conversaram baixo. O visitante pegou uma seringa e um pacote e saiu sem olhar para trás. Ele estava desconfiado e andava rápido outra vez. Tomou outro caminho, passando por um beco mal-iluminado. Então, ele chegou à casa de onde havia saído, olhou para os dois lados e entrou com uma expressão preocupada. Deixou o chapéu na sala e subiu as escadas com o embrulho na mão. Entrou em um dos quartos e fechou a porta sem fazer barulho. Olhou, então, para a velha deitada na cama, voltou-se para a enfermeira e disse:
- Aqui está o remédio que fui buscar na casa do dono da farmácia. Pode aplicar a injeção em mamãe.
(Luzaine Alves Coelho, 8ª C, 22/07/96)

O VOO LIVRE


Maciel corria com os braços abertos, parecendo um pássaro voando. Usava terno e gravata e ainda trazia consigo a pasta do trabalho. É tão bom ser livre!
Parou de correr e começou a andar devagar, olhar tudo ao redor e rir à toa. Como é bom desfrutar as coisas boas da vida! Talvez, se as pessoas soubessem o motivo da felicidade dele, o chamaria de louco, pois ele havia perdido o emprego e estava feliz. Feliz porque teria o dia que quisesse de folga. 
Maciel era gerente de um banco e só estava naquele emprego porque precisava do dinheiro, mas arranjou capital e abriu um negócio só dele. Sua vontade era gritar de felicidade, dividir o que ele estava sentindo com os outros, pois estava engaiolado e fugiu, agora ele estava voando no horizonte da vida...
(Luzaine Alves Coelho, 8ª C, 08/04/96)

O REENCONTRO


Danilo havia viajado para fora do Brasil, a trabalho. Ele teve que ficar durante um ano e meio e foi o bastante para acumular, dentro do seu coração, muita saudade de sua querida namorada.
De volta, chegando ao aeroporto, desceu a escadaria do avião e olhava tudo ao seu redor. Ufa! Enfim cheguei! Ao olhar para cima, avistou sua amada, mas ela não o viu. Subiu correndo e chegou ao enorme corredor, de onde andava, apressadamente, ao encontro de sua amada. Nossa! Ela ainda continua linda!
Daniela olhou para trás e viu um homem, aparentemente, parecido com Danilo. Será que é ele? Se ele der algum sinal, com certeza é ele, o amor da minha vida.
Quando ela terminava de pensar, ele corria ao seu encontro. Daniela aumentou o passo... será que é o Danilo? E se for ele? Se eu não correr vou decepcioná-lo e se eu correr... Ah! Já sei! Eu disfarço!
Ele corria e ela corria, ambos com um lindo sorriso. E com uma vontade enorme de se abraçarem e se beijarem.
Agora, eles se encontravam frente a frente. Eles se olhavam, se admiravam e não se importavam em transparecer um grande sentimento: o amor. A multidão ao ver aquela cena emocionante e um amor tão raro, os rodearam e bateram palmas. E eles se beijaram carinhosamente. Danilo e Daniela se abraçaram e saíram do meio da multidão e continuavam conversando. Os dois tinham o mesmo pensamento. Tomara que chegue logo em casa.
(Denise Araújo Cunha, 8ª C, 1996)